domingo, 16 de maio de 2010

16/05/2010
Preço médio de dois-dormitórios subiu 50,5% desde 2008

da Reportagem Local

Faz cerca de um mês que a tradutora Mayra Corregiari, 24, procura um apartamento de dois dormitórios para morar com a irmã, a consultora de viagens Maite, 22. Hoje elas moram na casa do pai, em Franco da Rocha (Grande São Paulo).

"Queremos um imóvel próximo ao metrô, na zona norte ou no centro", detalha Mayra. "São poucas as ofertas, e os preços estão bem altos. Temos buscado um apartamento na planta, mas cogitamos a possibilidade de um usado."

A percepção da tradutora sobre a disponibilidade de dois-quartos no mercado paulistano vai de encontro à opinião dos profissionais que atuam no setor: para esse tipo de imóvel, a demanda ainda é maior que a oferta, o que impulsiona a valorização dos bens.

Números da empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel indicam que o preço médio de um lançamento de dois dormitórios na cidade de São Paulo cresceu 50,5% de 2008 para cá -a área útil média praticamente não variou.

"A demanda está gigante, e os preços foram para as nuvens", afirma a arquiteta Celina Hirata, 27. Ela conta que está em busca de um dois-quartos há seis meses "perto do Paraíso [zona sul] ou no Alto de Pinheiros [zona oeste]", mas tem se assustado com os valores dos lançamentos. "A oferta de apartamentos de três ou de quatro quartos, gigantescos, é maior nesses bairros", comenta.

Um usado -"quatro anos de uso, bem cuidado, 60 m2"- na Vila Formosa (zona leste) foi a alternativa da assistente administrativa Rosemeire Oliveira Donato, 28. "Pesquisei nos quatro cantos de São Paulo e foi ali que encontrei uma opção mais em conta", diz ela.

Mais baratos

O administrador Marcelo Ever de Almeida, 33, comprou um novo em Osasco (Grande São Paulo). "Vamos [ele e a mulher] sair de outro dois-quartos, que fica mais afastado do centro [de Osasco]."

Os preços de unidades de dois dormitórios variam significativamente de uma região da cidade para outra. Segundo a Geoimovel, o preço médio de um apartamento de dois quartos na zona oeste, de 2006 a 2010, é mais que duas vezes maior que um na zona leste (R$ 275 mil contra R$ 120 mil), e a área útil média, 25,5% superior (65,80 m2 contra 52,45 m2).

Para viabilizar empreendimentos mais baratos, os incorporadores têm escolhido regiões onde pagam menos pelos terrenos. Caso da Inpar, que tem lançado apartamentos de cerca de 50 m2 em municípios como Guarulhos e São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) com preços que variam de R$ 140 mil a R$ 200 mil.

"É a primeira moradia para um casal com o primeiro filho ou para pessoas solteiras", define Enzo Riccetti, diretor de incorporações da empresa.

A Agre também lançou um dois-quartos em Guarulhos e investe no Pari (centro da capital), onde venderá, no quarto trimestre deste ano, apartamentos de 55 m2 e R$ 165 mil. "A demanda da classe média é grande", opina Astério Safatle, diretor da unidade Sul e São Paulo da incorporadora. (EV)
Fonte: Folha On Line


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