quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

18/02/2010
Crédito farto, lucro nem tanto


A Caixa Econômica Federal aumentou em 55,3% seus empréstimos em 2009 e abocanhou inéditos 8,8% de participação do mercado de crédito no país, 2,3 pontos percentuais a mais do que em 2008. Tirou clientes dos bancos privados, que no auge da crise global fecharam seus cofres a novos pedidos de financiamento. Mas essa forte expansão no ritmo dos negócios induzida pelo governo federal, que queria conter os efeitos da crise no país não se traduziu em aumento do lucro.
O banco ganhou R$3 bilhões no ano passado, 22,8% a menos do que em 2008. Já o retorno sobre o patrimônio recuou de 30,6% para 22,8%. O resultado da Caixa vai na contramão do que aconteceu com os bancos privados. Na média dos oito bancos privados que já divulgaram seus balanços (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, BMG, ABC Brasil, Industrial, Modal e BRP), o lucro líquido aumentou 24,1% em 2009, na comparação com 2008, de acordo com compilação feita pela Austin Rating. Com a crise, as instituições foram buscar na tesouraria os recursos para compensar a estagnação da receita com empréstimos. O ganho com títulos e valores mobiliários e derivativos cresceu 31,5%. Na Caixa, por sua vez, pelo balanço divulgado ontem, enquanto as receitas com crédito aumentaram 31% em 2009, o ganho com operações com títulos públicos e derivativos recuou 6,1%. A queda do lucro da Caixa é explicada, em parte, por resultados extraordinários registrados no quarto trimestre de 2008 que inflaram o lucro no ano. Nesse período, a Caixa ativou R$840 milhões em créditos tributários que estavam provisionados. Mas o banco também teve de abrir mão de maior receita em 2009, ao reduzir sete vezes suas taxas de juros em linhas de crédito comercial para pessoas físicas e empresas. O spread (diferença entre o custo de captação e o cobrado dos clientes nos empréstimos) médio caiu de 34,2% para 29,8% ao ano. Com o aumento da carteira de crédito, que somou R$124,371 bilhões, a Caixa precisou ainda elevar suas provisões para devedores duvidosos a R$3,32 bilhões, uma alta de 23,5%. A inadimplência ficou controlada: em dezembro estava em 3,4% dos contratos vencidos há mais de 90 dias, contra 4% um ano antes. A presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse ontem que a instituição tem a "missão de fomentar políticas públicas e ser um parceiro do Estado". Ainda segundo ela, o banco deu "uma resposta muita positiva à crise financeira". Queremos exercer plenamente nossa função de banco público - afirmou, acrescentando que o lucro final ficou acima das previsões iniciais para 2009 (cerca de R$2,2 bilhões). A projeção para 2010 aponta para nova queda: o resultado esperado varia de R$2 bilhões a R$2,5 bilhões. - As projeções são feitas para serem mudadas - disse o vice-presidente de Finanças da instituição, Márcio Percival. - Buscamos a sustentabilidade financeira, não o lucro máximo. Até porque 70% do crédito concedido pela Caixa são direcionados, têm remuneração definida. Analista de bancos da Austin Rating, o economista Luiz Miguel Santacreu afirmou que uma dificuldades da Caixa ainda é o elevado prazo de vencimento de sua carteira de crédito, com grande peso de operações como na área habitacional. Ainda assim, ele diz que o balanço de 2009 refletiu uma "situação mais autêntica". O governo pediu para o banco aumentar o crédito, e ele fez isso, e não existe ainda indicação de risco futuro de explosão de inadimplência. Mais importante é que a Caixa deixou de ser um banco parado, que se sustentava basicamente da tesouraria. A Caixa admite que a concorrência pelo mercado de crédito será mais forte neste ano, mas fala em ampliar sua carteira em 28,2% - bem acima das estimativas feitas até agora pelos bancos privados (entre 15% e 20%) - e conquistar 9% de participação no mercado. A estimativa foi classificada como conservadora por Maria Fernanda, e deve ser revista nos próximos meses. Uma indicação de que o ritmo de crescimento do crédito neste ano poderá ser tão intenso como em 2009 vem do setor imobiliário. Segunda a presidente do banco, do início de janeiro ao dia 9 deste mês já foram executados R$5,4 bilhões do orçamento previsto para o ano, o equivalente a 10% do total.- Esse volume representa um salto de 116% em relação ao mesmo período de 2009. Para manter o projeto de ampliação dos empréstimos, a Caixa anunciou que pretende diversificar suas fontes de captação de recursos. Uma opção é obter até R$3 bilhões, com prazo de oito anos, em Letras Financeiras, instrumento de longo prazo que ainda depende de regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN). Em outra frente, o banco fará ainda este ano sua primeira emissão de bônus no exterior. Nem prazo nem valores estão definidos e dependeriam, segundo o banco, das condições do mercado. - É ainda um estudo. Mas, lá fora, há um cenário para que as instituições brasileiras, particularmente as públicas, e particularmente a Caixa Econômica Federal, captem recursos, disse Percival. Fonte: O Globo


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